Você já ouviu falar em biotina? Ela é uma vitamina hidrossolúvel do complexo B que, apesar de não tão conhecida, desempenha muitas funções importantes no organismo dos nossos cães e gatos!
A biotina participa de várias reações importantes no organismo animal, e está associada à produção de moléculas como glicose, ácidos graxos e aminoácidos, além da produção de novas células. Assim, a biotina é importante para a integridade e renovação dos tecidos epiteliais (que funcionam como “revestimento” do corpo) e, por isso, é bastante associada à saúde da pele e pelos.
A deficiência verdadeira de biotina é considerada improvável em cães e gatos com alimentação balanceada. Quando ocorre deficiência aguda (geralmente induzida experimentalmente) as manifestações clínicas mais aparentes envolvem alterações de pele e pelos — como pele seca e escamosa; pelagem opaca, fina ou rala, sem brilho; queda excessiva de pelos, com possíveis áreas de alopecia (ausência de pelos); prurido (coceira) e lesões cutâneas.
A deficiência de biotina nos pets está tipicamente associada a fatores específicos, não apenas à dieta comum:
· Ovos crus: a clara contém avidina, uma proteína que impede a absorção de biotina.
· Problemas intestinais ou uso de antibióticos: podem impedir a absorção intestinal e a produção de biotina pelos microrganismos do intestino.
· Dietas desbalanceadas: podem não fornecer biotina suficiente para atender a demanda do animal.
· Medicamentos: alguns anticonvulsivantes ou drogas como a valproato podem diminuir níveis de biotina ou aumentar sua excreção.
A biotina está presente em diversos alimentos, com concentrações variáveis. Fontes naturais ricas incluem: fígado e rins (bovino, frango etc.), gema de ovo cozida (cozinhar destrói a avidina da clara), carnes e peixes; leveduras, leguminosas (soja, amendoins), vegetais (batata-doce, brócolis), frutas (banana), iogurte e aveia. Alimentos comerciais (ração) de qualidade já contêm biotina adicionada e animais alimentados com elas normalmente absorvem biotina suficiente de fontes básicas.
Alguns estudos sugerem que a suplementação de biotina pode melhorar a qualidade da pelagem e auxiliar animais com alterações de pele, porém, as evidências científicas sólidas ainda são insuficientes. A biotina é considerada segura e sua suplementação costuma ser bem tolerada pelos pacientes, desde que seja realizada com indicação e monitorada cuidadosamente pelo médico-veterinário.
A suplementação de biotina deve ser avaliada caso a caso, a critério do médico-veterinário. Situações que podem justificar seu uso incluem: deficiência confirmada, alterações dermatológicos persistentes sem outra explicação e condições que comprometem a absorção ou aumentam a demanda. Mesmo nestes cenários, orientação e acompanhamento médicos-veterinários são essenciais — assim como para qualquer outro suplemento nutricional!
