Conhecer as frutas de cada época é uma ótima estratégia, ideal para quem busca pelo menor preço e melhor qualidade! O mês de novembro é repleto de variedades que agradam a todos os gostos, bolsos e paladares, portanto um ótimo momento para variar a alimentação e torná-la mais saudável, mas devemos tomar os devidos cuidados com os nossos pets. Nem todas as frutas são recomendadas para animais de companhia, enquanto algumas são ótimas opções, outras podem causar malefícios à saúde dos nossos animais, por isso devemos ficar atentos:
Abacate
Em novembro, os abacateiros ficam carregados de frutas e muitas receitas são divulgadas na internet. Apesar dos seus diversos benefícios na alimentação humana, para cães, o abacate é um alimento com potencial tóxico. O motivo dessa potencial toxicidade é devido a presença de uma substância denominada persina, encontrada na fruta, mais precisamente na semente, folhas e casca. A persina é uma toxina natural do abacateiro, produzida em resposta ao ataque de fungos. Para seres humanos ela é inócua, porém para cães ela pode causar alterações gastrointestinais. Nas primeiras 24 horas após a ingestão, os animais podem apresentar vomito, diarreia e letargia (estado de profunda e prolongada inconsciência). Ademais, com o agravamento do quadro, sinais de dificuldade respiratória, acúmulo de líquido abdominal e em outros locais, podem ser observados.
Maçã (semente)
A maçã está entre as frutas mais comumente oferecidas a cães, pois geralmente a aceitabilidade é alta. A fruta em si não possui nenhuma contraindicação, porém devemos nos atentar em retirar as sementes antes do fornecimento, pois elas possuem um agente tóxico, que no organismo dos cães contribui para a formação de ácido cianídrico. Esse composto é altamente prejudicial à saúde, pois impede o transporte e liberação de oxigênio pelas hemácias (células vermelhas do sangue), fazendo com que o animal desenvolva um quadro conhecido como anóxia celular, que é a ausência de oxigênio nas células. Os sinais clínicos podem surgir logo após a ingestão das sementes, incluindo dispneia (dificuldade de respirar), taquicardia (frequência cardíaca aumentada), mucosas cianóticas (coloração azulada), sialorreia (salivação excessiva), tremores musculares e fraqueza.
Uva
Neste mês, não há quem não se encante com a beleza das uvas, principalmente por ser época da uva Thompson, verdinha e sem semente, que a maioria das pessoas aprecia. Porém, todos os tipos de uva estão sujeitos a causar danos à saúde dos cães. O potencial tóxico da uva para cães tem sido relatado há anos, porém ainda não está totalmente elucidado qual é a toxina envolvida. Os relatos indicam o surgimento de manifestações clínicas de 6 a 24 horas após ingestão desta fruta, incluindo diarreia, anorexia (ausência de apetite), dor abdominal, fraqueza, desidratação, tremores e letargia. Além disso, já foi relatado que a ingestão de uva pode provocar alterações nas funções dos rins.
Diante do exposto, não recomendamos o fornecimento destes alimentos para cães. Em caso de ingestão e aparecimento de algum sinal clínico, procure sempre por atendimento veterinário o mais rápido possível.
Leitura recomendada
GIANNICO, Amália Turner et al. Alimentos tóxicos para cães e gatos. In: Colloquium Agrariae, p. 69-86.