Você já ouviu falar em doença inflamatória intestinal? Como o próprio nome já diz, a doença inflamatória intestinal (DII) é caracterizada por uma inflamação constante no trato gastrointestinal, o que pode causar vômito, diarreia, perda de apetite e de peso.
A DII é uma enfermidade bastante comum tanto em cães como em gatos, e seu diagnóstico correto é essencial para um tratamento eficaz, pois, sem o manejo correto, os sintomas podem persistir por anos. Talvez seja bem provável que o seu cão ou gato já tenham apresentado sinais clínicos parecidos com os aqui citados e foram submetidos a diversos tratamentos. É importante salientar que os sintomas da DII são bem inespecíficos, o que pode causar confusão e dificultar o diagnóstico, pois há muitas outras doenças que ocasionam quadros parecidos. Por isso, é necessário realizar exames para confirmar o diagnóstico.
A dieta tem um papel muito importante na DII, e o manejo nutricional correto é fundamental para a melhora do quadro. Alguns animais podem apresentar certa sensibilidade a alguns alimentos ― especificamente, a determinadas fontes de proteínas, o que é uma das causas para o quadro inflamatório presente na DII.
Ao mesmo tempo que a dieta pode ser uma das causadoras, ela também é uma peça-chave para o tratamento dessas doenças. Para manejar a sensibilidade alimentar, é possível utilizar dietas com proteína hidrolisada ou compostas de uma única fonte proteica com a qual o animal nunca tenha tido contato ― essa parte é parecida com o manejo da hipersensibilidade alimentar, que já explicamos por aqui.
Além das proteínas hidrolisadas, outras características da dieta podem ser alteradas para se adequar ao paciente. O uso de ácidos graxos poliinsaturados (ômega-3) pode ajudar a diminuir o quadro inflamatório. Para determinados animais, dependendo de suas condições clínicas, pode ser benéfico alterar o perfil de fibras, gorduras, e a digestibilidade da dieta.
A dieta ideal, combinada ao uso de demais terapias, pode melhorar a resposta dos cães e gatos com DII ao tratamento e, principalmente, prevenir a recidiva desta doença, que é comum. Com isso, ressaltamos a importância de procurar um médico-veterinário nutrólogo para realizar o manejo nutricional adequado dessa doença.