Você sabia que, em certas situações, os animais podem necessitar de uma dieta com baixo teor de gordura? Como já vimos aqui no blog, dietas específicas podem desempenhar um importante papel no tratamento ou manejo de determinadas condições médicas. Uma das modificações que podem ser feitas na dieta (comercial ou caseira) para determinadas doenças é a redução das gorduras. Entre os exemplos mais comuns de condições que podem exigir uma dieta com menor inclusão de gorduras estão a obesidade, a linfangiectasia e dislipidemias.
A obesidade é uma condição extremamente comum entre os animais de estimação e frequentemente se destaca como uma das principais preocupações relatadas por tutores durante consultas com médicos-veterinários especializados em nutrição. Essa doença, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no organismo, é uma questão séria de saúde que pode afetar profundamente o bem-estar do animal.
O excesso de gordura no corpo provoca uma inflamação de baixo grau, que, embora possa passar despercebida no início, apresenta um caráter crônico e impacta negativamente todo o metabolismo do animal. Esse estado inflamatório constante pode desencadear uma série de complicações à saúde, comprometendo a qualidade e a longevidade da vida do pet.
Já a linfangiectasia é uma condição em que os vasos linfáticos do intestino ficam dilatados, levando a uma perda de linfa. A linfa é um componente muito importante para o organismo, pois carrega nutrientes pelo corpo, e essa perda pode levar a deficiências nutricionais que prejudicam a saúde do animal. Alguns sinais da linfangiectasia são perda de peso, mesmo se ele estiver comendo normalmente, diarreia e vômitos, pelos opacos ou caindo mais do que o normal, além de parecer mais cansado ou desanimado. Esses sintomas podem variar de intensidade e de acordo com cada indivíduo.
Quando o pet com linfangiectasia come alimentos ricos em gordura, isso faz com que os vasos linfáticos trabalhem ainda mais, aumentando a produção de linfa no intestino e piorando a perda de nutrientes. Por isso, uma dieta com pouca gordura é uma boa opção para ajudar no tratamento, pois alivia os sintomas e melhora a saúde do animal.
Pacientes com dislipidemias (alterações no colesterol e outros lipídeos do sangue) também podem se beneficiar da redução das gorduras na dieta. As dislipidemias têm diversas possíveis causas que devem ser tratados, mas o manejo alimentar com redução da inclusão de gorduras é essencial.
É importante lembrar que isso vale para animais diagnosticados com doenças. A gordura é um nutriente importante, pois é fonte de energia e nutrientes, como o ácido linoleico. Dessa foram, o fornecimento de uma alimento com redução no teor de gordura deve ser realizado apenas quando recomendada por um médico-veterinário.
Além disso, vale lembrar que a dieta é apenas uma parte do tratamento, ou seja, o uso de alimentos coadjuvantes com redução de gorduras não exclui a necessidade do uso de medicações e acompanhamento por um médico-veterinário nutrólogo. Com a combinação certa de alimentação e acompanhamento profissional, é possível controlar os sintomas das doenças e melhorar a qualidade de vida do animal.