Uma preocupação recorrente de tutores de pet é se seu animalzinho vai ficar bem e se vai se alimentar direito enquanto a família se ausenta para viagens. Existem algumas estratégias que podemos utilizar para garantir que seu pet não deixe de se nutrir adequadamente mesmo na sua ausência.
Os cães são animais sociais que podem se apegar muito à figura do tutor ou principal cuidador, cuja ausência pode ser sentida em forma de ansiedade de separação. Muitos animais podem deixar de comer ou comer impulsivamente para compensar essa carga emocional, o que não é o quadro ideal. Os gatos, apesar da fama de independentes e de que “não se apegam aos tutores”, também podem apresentar sinais de ansiedade pela mudança de rotina.
O cuidado para evitar esses problemas quando o tutor viaja começa com a educação comportamental tempos antes da viagem – o animal precisa se acostumar à ausência do tutor e à presença de novos cuidadores, o que pode ser alcançado por treinamento com um profissional especializado em comportamento animal. Assim, o animal poderá se tornar mais independente e confiante, e desenvolver autonomia.
Para cães sociáveis, os “hotéis” para pets podem ser uma alternativa, para que o animal tenha cuidadores que irão oferecer uma alimentação adequada e monitorar se ele está comendo direito. Se essa for sua opção, garanta que o hotel escolhido tenha instalações seguras, profissionais qualificados e bom padrão de higiene. Porém, se o animal não for socializado com outros pets (se ele fica com muito medo, ansioso ou agressivo, ou se simplesmente “não sabe” interagir) ou se reage negativamente a lugares novos, essa solução pode ser mais estressante do que benéfica. Nesses casos, é melhor procurar por um serviço de pet sitter (uma pessoa que irá até a sua casa com uma determinada frequência para cuidar do seu pet). Essa alternativa também é interessante para gatos, que são animais sistemáticos que não gostam de ser retirados de seu ambiente.
O cuidado por amigos, familiares e conhecidos da família também pode ser uma alternativa, desde que essas pessoas sejam devidamente instruídas sobre os cuidados necessários com seu pet.
Desaconselhamos o uso de comedouros de liberação gradual (aqueles no qual a ração é reposta “automaticamente” conforme o comedouro esvazia). O animal pode não ter a capacidade de se autorregular para não comer toda a porção colocada de uma vez ― no entanto, existem modelos eletrônicos que permitem programar horários específicos para liberar a ração, o que evita esse problema. Além disso, especialmente em viagens mais longas, o alimento também sofrerá degradação ao ser exposto ao ambiente, e perderá aroma, textura e qualidade nutricional, além de atrair pragas como ratos e insetos. Por esse mesmo motivo, desaconselhamos colocar uma porção “gigante” (ou várias porções) para seu pet, na intenção de que aquele alimento dure por muitos dias.
É importante que o animal não fique sem se alimentar por períodos longos, o que é especialmente perigoso para gatos, que podem desenvolver lipidose hepática (uma doença grave no fígado, que ocorre principalmente em gatos que ficam sem comer) e outros problemas graves.
Também é importante ressaltar que não basta oferecer alimento: mesmo com você fora, é importante ter alguém que possa monitorar o estado geral do seu pet! Assim, caso seu animal fique “mais triste” ou “apático”, deixe de se alimentar por períodos longos ou tenha alterações na hora de fazer xixi ou cocô, a pessoa responsável precisa ser instruída a contatar um médico-veterinário o mais rápido possível.
Por fim, recomendamos evitar mudanças de alimentos nesse período. Qualquer mudança na alimentação (especialmente para pets mais exigentes) pode causar estresse e requer um período de adaptação. Por esse motivo, é interessante esperar que você volte da viagem para mudar a marca ou a linha da ração.