Se você já teve um animalzinho doente em casa, provavelmente percebeu mudanças no apetite dele. Num paciente doente, fatores como dor, náusea, fraqueza muscular e estresse podem diminuir o interesse pela comida, assim como nos humanos! Quando nós ficamos doentes, também é comum perdermos o apetite.
É comum ouvir que o paciente “vai comer quando se sentir melhor”, e isso realmente pode ser verdade. No entanto, há um problema nessa história: a falta de alimento prolongada pode piorar a doença ― o que, por sua vez, pode diminuir ainda mais o apetite. Por isso, é importante entender quando é possível “esperar melhorar” e quando é necessário intervir.
Antes de tudo, precisamos lembrar que a alimentação forçada não é indicada. Portanto, não se deve tentar “obrigar” o animal a comer, seja com uma seringa ou com outros utensílios. Essa prática cria o risco de aspiração (a comida pode ir para o pulmão em vez do estômago), que pode causar pneumonia. Além disso, “forçar” a alimentação pode fazer com que o animal crie uma associação negativa com aquela comida, e passe a rejeitá-la mesmo quando saudável.
Em alguns casos, o início do tratamento veterinário já é suficiente para fazer com que o animal volte a comer: se o animal estava com dor e náusea, por exemplo, e o veterinário consegue contornar esses problemas, seu pet pode voltar a comer assim que começar a se sentir melhor com o tratamento. Esse seria um caso de “esperar melhorar para comer”. Dessa forma, se seu animal está sem comer, o primeiro passo é levar ao veterinário e verificar se ele aceita comida após o tratamento dos sintomas.
É importante ficar atento, pois nem sempre é tão simples. Muitos pacientes, mesmo medicados, não irão retornar imediatamente a se alimentar. Nesses casos, pode ser necessário procurar soluções mais complexas. O veterinário pode, por exemplo, indicar remédios estimulantes de apetite, que podem auxiliar o animal a comer. Caso essa melhora de apetite não seja suficiente para garantir a nutrição do animal, sondas de alimentação também podem ser consideradas.
A escolha de cada opção depende da avaliação do veterinário: se o animal está mais seletivo para comer, se diminuiu a ingestão de alimentos ou se parou totalmente; se o estimulante de apetite pode ser usado no caso daquele paciente; se o paciente está apto à colocação de sonda; qual sonda seria indicada. Isso demonstra, mais uma vez, a importância da avaliação por um profissional. Portanto, se seu animal está comendo pouco (ou se parou de comer), procure um médico-veterinário o quanto antes. Sempre bom ressaltar: não administre medicamentos sem orientação veterinária!