A displasia coxofemoral é uma doença que acomete principalmente cães de raças grandes ou gigantes, tais como labradores, pastores e dobermans. Essa afecção, influenciada por fatores genéticos e ambientais, é caracterizada pela incompatibilidade de junção dos ossos fêmur e coxal (popularmente referido como quadril). A displasia tende a piorar com o passar do tempo e pode ser corrigida por meio de cirurgia.
Nesse cenário, fica a questão: a nutrição possui algum papel na prevenção ou recuperação dos cães acometidos pela doença? A reposta é: SIM! Apesar da dieta não ser o fator determinante, ela possui papel importante na redução dos riscos de desenvolvimento dessa afecção.
A maioria dos estudos apontam que o fator predisponente mais importante é o consumo excessivo de alimento, que pode resultar em três consequências principais. A primeira delas, e mais evidente, é o ganho de peso. Assim como em humanos, o aumento de peso ocasiona maior pressão nas articulações, as quais podem não suportar. Outro ponto também decorrente do ganho de peso, e consequente sobrepeso e obesidade, é o aumento da produção de mediadores inflamatórios que, por sua vez, também agravam as lesões nas articulações.
A segunda consequência decorrente da alimentação excessiva consiste no aporte demasiado de nutrientes, como o cálcio, que faz com que determinados ossos cresçam mais rápido que outros, aumentando as chances de incompatibilidade entre os ossos fêmur e coxal. A suplementação desnecessária de cálcio também pode contribuir para o aumento desse risco.
O terceiro ponto consiste nas implicações da alimentação em si. O que isso quer dizer? Quando o animal ingere um alimento, naturalmente o organismo produzirá radicais livres ao metabolizá-lo, os quais podem agravar a inflamação. Ou seja, quanto mais alimento ele ingere, pior poderá ser o processo inflamatório e, assim, piores serão as lesões articulares.
Dessa maneira, podemos concluir que a melhor forma de prevenir ou auxiliar na recuperação de um cão com displasia coxofemoral é fazendo um controle apropriado da ingestão de alimento. Esse processo deve ser acompanhado por um médico-veterinário nutrólogo, a fim de prevenir a obesidade, reduzir o processo inflamatório e evitar a ingestão excessiva de cálcio. O ômega 3 também possui papel fundamental no controle da inflamação. Este nutriente merece um texto à parte, por isso o publicaremos aqui no nosso blog em breve, não deixe de acompanhar!