As doenças hormonais e metabólicas são uma realidade cada vez mais presente na rotina clínica na veterinária; entre essas doenças, o hipotireoidismo está entre as mais comuns, principalmente em cães. Essa doença é caracterizada pela alteração na produção dos hormônios da glândula tireoide. Esses hormônios, chamados tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3), desempenham as principais funções de regulação do metabolismo dos nossos pets.
Esses hormônios atuam em processos como regulação do crescimento, produção de calor no corpo, produção e consumo de nutrientes, além de efeitos direitos no coração. Quando esses hormônios não são produzidos em níveis normais, há alterações significativas e prejudiciais à saúde dos animais.
Os sinais dessa doença são variados, e não tão específicos. Devido à falta de hormônios que regulam o metabolismo, é comum que ocorra obesidade e aumento de níveis de colesterol e triglicerídeos. Dessa forma, além da reposição hormonal nesses pacientes, o manejo nutricional também é de grande importância para reverter os problemas.
Um paciente com hipotireoidismo apresenta grande propensão a ganho de peso, mesmo que não coma tanto. Por isso, muitos dos animais com essa doença necessitam de uma dieta para perda de peso, caracterizadas por apresentar baixas calorias e alto teor de fibras para propor maior saciedade durante o protocolo de perda de peso.
Mesmo que o paciente não esteja obeso, ele pode apresentar níveis elevados de gordura na circulação sanguínea. Por esse motivo, pode ser interessante utilizar uma dieta com baixo a moderado teor de gordura para reduzir esses níveis.
O manejo nutricional de um paciente com hipotireoidismo é utilizado para tratar principalmente as alterações metabólicas secundárias a esta doença. O uso apenas de medicação de reposição hormonal (levotiroxina) não é o suficiente para proporcionar um tratamento completo, e, por isso, a dieta é importante como um complemento.
Vale lembrar que o paciente com hipotireoidismo deve ser acompanhado por um médico-veterinário endocrinologista e pelo nutrólogo (médico-veterinário especializado em nutrição) sempre que necessário.